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Publicado no Diário Oficial, contrato de R$ 40 mil mensais da RIC Ambiental com o MAC gera investigação por possível desvio de finalidade

Prefeitura investiga contratos suspeitos e possíveis desvios de finalidade envolvendo o MAC e a concessionária de água de Marília. Presidente do clube respondeu pelas redes sociais.

06/09/2025 às 14h38 Atualizada em 07/09/2025 às 23h50
Por: Redação Fonte: Edmais Esporte
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Foto: Divulgação – Prefeitura investiga patrocínio da RIC Ambiental ao Marília Atlético Clube
Foto: Divulgação – Prefeitura investiga patrocínio da RIC Ambiental ao Marília Atlético Clube

Marília vive uma situação polêmica envolvendo a concessionária RIC Ambiental – Água e Esgoto de Marília S/A e o Marília Atlético Clube (MAC). Publicado nesta sexta-feira (5) no Diário Oficial do Município, o processo revela que a concessionária firmou um contrato de patrocínio com o clube no valor de R$ 40.000 mensais, em um momento em que a empresa enfrentava sérias dificuldades financeiras e falhas na prestação de serviços essenciais de água e esgoto.

De acordo com o relatório do interventor e o Processo Administrativo Digital nº 6.505/2025, a RIC Ambiental vinha acumulando diversas irregularidades, incluindo interrupções frequentes no abastecimento de água, ausência de resposta a 99 reclamações de usuários, denúncias no Procon e aplicação de reajustes tarifários em desacordo com a legislação municipal, sem parecer do Conselho Municipal de Saneamento Básico.

O caso ganha ainda mais repercussão porque o presidente do MAC, Alysson Alex Souza e Silva, ocupava anteriormente o cargo de Procurador-Geral do Município, responsável pela concessão da RIC Ambiental. O contrato de patrocínio firmado durante o período de dificuldades financeiras da empresa levanta suspeitas de desvio de finalidade na aplicação dos recursos públicos.

Além do patrocínio ao clube, foram identificados outros contratos questionáveis pela RIC Ambiental:

  • R$ 35.000 mensais com a empresa CREARE COMUNICA PUBLICIDADE E PROPAGANDA LTDA, cujo proprietário já recebia salário como coordenador na própria concessionária;

  • Contratação simultânea de dois escritórios de advocacia (AIDAR FAGUNDES SOCIEDADE INDIVIDUAL DE ADVOCACIA e ALEXANDRE SALA SOCIEDADE INDIVIDUAL DE ADVOCACIA), cujos sócios possuem vínculos políticos e familiares com a gestão municipal anterior.

A Prefeitura de Marília ratificou a legalidade da intervenção administrativa na RIC Ambiental e determinou a instauração de um Processo Administrativo Disciplinar (PAD) contra o presidente da AMAE, João Carlos Polegato, por “ineficiência no serviço”. Caso seja confirmado o descumprimento funcional, ele poderá ser exonerado do cargo em comissão.

O processo será encaminhado ao Ministério Público Estadual e Federal e ao Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, para apuração de eventual improbidade administrativa e desvio de finalidade, principalmente em relação ao contrato de patrocínio do MAC e aos demais contratos suspeitos da concessionária.A polêmica já repercute entre moradores de Marília, que questionam a relação entre a concessionária, a Prefeitura e o Marília Atlético Clube, especialmente em um período em que a prestação de serviços essenciais sofreu diversas falhas.

Confira AQUI o Diário Oficial do Município, a partir da página 3, sobre a investigação do patrocínio ao MAC

O que aconteceu:

Intervenção na RIC Ambiental:
A Prefeitura de Marília, por meio do Prefeito Vinicius Almeida Camarinha, deu sequência a uma intervenção administrativa na concessionária RIC Ambiental – Água e Esgoto de Marília S/A.

A intervenção teve início com o Decreto nº 14.601, de 25 de fevereiro de 2025, após o município constatar graves irregularidades na prestação do serviço público de água e esgoto.

Motivos da intervenção:

  • Falhas operacionais graves: interrupções constantes no abastecimento de água, ausência de respostas a 99 reclamações de usuários e denúncias registradas no Procon.

  • Reajuste tarifário irregular: aumento aplicado antes do prazo legal e sem parecer do Conselho Municipal de Saneamento.

  • Transgressões contratuais: concessão verbal de carência, ausência de apólices de seguro, falta de licenças ambientais e sonegação de informações financeiras e contábeis.

  • Desvio de finalidade nos contratos: incluindo patrocínio ao Marília Atlético Clube (MAC) por R$ 40.000 mensais, contratos de publicidade e advocacia com pessoas ligadas à gestão anterior e atual da concessionária.

Responsabilidade da AMAE:

A Agência Municipal de Água e Esgoto (AMAE), que deveria fiscalizar a concessionária, falhou em seu papel.

O presidente da AMAE, João Carlos Polegato, teve sua conduta classificada como “ineficiência no serviço”, o que configura infração disciplinar passível de exoneração do cargo em comissão.

O que a publicação no Diário Oficial determina:

  • Ratificação da intervenção:
    Todos os atos administrativos da intervenção são declarados legais e legítimos, confirmando que a intervenção na RIC Ambiental é necessária e fundamentada.

  • Processo Administrativo Disciplinar (PAD) contra João Carlos Polegato:
    Será instaurado um PAD para apurar sua responsabilidade funcional. Ele terá direito ao contraditório e ampla defesa, mas a infração pode resultar em exoneração do cargo em comissão.

  • Encaminhamento aos órgãos de controle:
    O processo será enviado ao Ministério Público Estadual e Federal e ao Tribunal de Contas do Estado, para apurar desvio de finalidade e eventual improbidade administrativa, principalmente sobre contratos com o MAC, empresas de publicidade e escritórios de advocacia.

Implicações e possíveis desdobramentos futuros:

  • Fiscalização e controle:
    A Prefeitura reforça o monitoramento da RIC Ambiental e garante maior transparência no uso dos recursos públicos.

  • Apuração de irregularidades financeiras:
    O contrato de patrocínio com o MAC (R$ 40 mil/mês) e outros contratos suspeitos poderão ser investigados pelo Ministério Público e pelo Tribunal de Contas, podendo resultar em responsabilidade civil e penal para os envolvidos.

  • Consequências administrativas:
    Se confirmadas as irregularidades, além da exoneração de Polegato, a concessionária pode enfrentar sanções legais, multas e exigência de ajustes no contrato.

  • Repercussão política e social:
    O caso aumenta a atenção da população sobre a gestão dos serviços de água e esgoto e sobre a relação entre o poder público e o Marília Atlético Clube. Pode haver cobrança pública de explicações sobre o contrato de patrocínio e outras despesas consideradas questionáveis.

Resposta do Clube

Em live, o presidente do MAC, Alysson Alex, afirmou que o clube segue aberto às autoridades para prestação de contas, como ocorre na Recuperação Judicial (RJ). Ele disse ainda que o prefeito Vinícius Camarinha teria pedido aos patrocinadores que não apoiassem o clube, mas a empresa parceira do MAC manteve o patrocínio.

O presidente denunciou possíveis medidas de perseguição política, questionando também a postura do prefeito em relação a uma empresa concorrente àquela vinculada ao seu avião.

O MAC lembrou "promessas" não cumpridas pela administração:

  • A Copinha não foi realizada em Marília, apesar de promessas e visita à Federação Paulista;

  • Objetos foram retirados do Estádio Abreuzão em janeiro, atrapalhando o clube na Série A3;

  • A manutenção do estádio foi abandonada, sem reparos;

  • A renovação do AVCB não recebeu qualquer providência, mesmo após alertas do clube. 

 
 
 
 
 
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Uma publicação compartilhada por Marília Atlético Clube (@mariliaac1942)

Tags: Marília, Ricambiental, Marília Atlético Clube, MAC, Prefeitura de Marília, intervenção, patrocínio, desvio de finalidade, Alysson Alex Souza e Silva, João Carlos Polegato, Diário Oficial

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Carlos HenriqueHá 1 dia Maríliaparticipar
AmandaHá 1 dia Maríliaoi quero participar
João LucasHá 1 dia MaríliaBoa tarde. quero ganhar uma camisa, participar. Obrigado.
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