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Ex-jogador do São Bento de Marília, ex-governador e presidente da CBF, Marin morre aos 93 anos após trajetória marcada por prisão em 2015

Figura central da política e do futebol brasileiro, Marin foi dirigente, deputado, governador e caiu em escândalo global da FIFA

21/07/2025 às 11h22 Atualizada em 21/07/2025 às 21h02
Por: Redação Fonte: Edmais Esporte
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Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

O ex-presidente da CBF José Maria Marin morreu neste domingo (20), aos 93 anos, em São Paulo. Marin teve uma vida marcada por contrastes: começou como jogador no interior paulista, alcançou cargos importantes na política e no futebol, mas terminou recluso, após uma condenação internacional por corrupção no caso FIFA.

Entre 1949 e 1954, Marin atuou como ponta-direita do São Bento de Marília, equipe tradicional do futebol do interior  nas décadas de 1940, 50 e 60. O então jovem jogador conciliava a bola com os estudos e se formou advogado pela USP em 1955, com parte do curso custeada graças ao futebol. Teve também passagem discreta pelo São Paulo FC e Jabaquara de Santos, mas nunca participou de campanhas campeãs do Paulistão. 

Na política, foi vereador e deputado estadual por São Paulo nas décadas de 1960 e 70. Tornou-se vice-governador de Paulo Maluf nos anos 1980 e chegou a assumir o governo paulista em 1982, quando Maluf deixou o cargo para disputar eleições. À época, em pleno regime militar, os governadores eram eleitos de forma indireta por parlamentares alinhados ao sistema.

Quase no mesmo período, Marin presidiu a Federação Paulista de Futebol entre 1982 e 1988 e comandou a delegação brasileira na Copa do Mundo de 1986, no México. Em 2012, assumiu a presidência da CBF após a saída de Ricardo Teixeira, ficando no cargo até 2015.

Nesse mesmo ano, sua trajetória tomou um rumo drástico. Marin foi preso na Suíça em uma operação conduzida pelo FBI, acusado de receber propina de empresas de marketing esportivo em contratos ligados à FIFA. Extraditado para os Estados Unidos, foi julgado e condenado à prisão por corrupção, lavagem de dinheiro e associação criminosa.

Durante a pandemia da Covid-19, em 2020, foi autorizado a cumprir o restante da pena em prisão domiciliar no Brasil. Em 2023, sofreu um AVC e passou a enfrentar sérios problemas de saúde, que culminaram em sua morte neste final de semana.

Figura controversa e lembrada com ressalvas, Marin deixa um legado contraditório: foi símbolo do futebol e da política nacional, mas também de um dos maiores escândalos de corrupção no esporte mundial. 

Entre o futebol e a política, José Maria Marin fez carreira e virou milionário. 

São Bento de Marília

Fundado em 1928, o São Bento de Marília marcou época no futebol do interior. Disputou 12 vezes a Segunda Divisão (Série A2), 7 vezes a Terceira (Série A3) e uma vez a Quarta (Série A4), até desativar o profissionalismo em 1988. Jogaram por lá nomes como Jurandir de Freitas, campeão mundial em 1962, além de Mestre Ziza, Zizinho e José Maria Marim. Participou do primeiro campeonato da lei do acesso em 1947. Mandava seus jogos no estádio Municipal de Marília, sempre em clássicos intensos contra o MAC. Retornou ao futebol profissional em 2017, mas hoje o clube está novamente parado.

  • E você, conhecia essa ligação de Marin com o futebol de Marília? O que pensa sobre sua trajetória — de ponta-direita no interior a condenado nos EUA?

Tags: José Maria Marin, São Bento de Marília, futebol paulista, CBF, FIFA, política no esporte, escândalo FIFA, Marília, anos 1950, regime militar, Paulo Maluf, corrupção no futebol, Copa de 1986, história do esporte, futebol do interior. 

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