Luís Carlos da Silva Martins, conhecido no futebol como Popéia, é um daqueles nomes que a história jamais apaga. O ex-atacante, revelado pelo Internacional e com passagem marcante pelo Flamengo, também deixou sua marca no Marília, onde atuou por diversos anos. Faleceu em 10 de abril de 2014, aos 55 anos, vítima de um câncer no intestino.
Natural de Porto Alegre, Popéia nasceu em 13 de fevereiro de 1959 e começou sua carreira no Internacional, onde atuou entre 1977 e 1981. No elenco campeão brasileiro invicto de 1979, dividiu o campo com feras como Falcão, Batista, Jair, Mário Sérgio, Adilson Miranda e Cláudio Mineiro.
No ano seguinte, seguiu jogando ao lado de Falcão e outros nomes da geração vitoriosa do Colorado, como:
Mauro Galvão, Chico Spina, Tonho, André Luiz, João Carlos, Cláudio Mineiro, Toninho, Adilson Miranda, Valdir Lima, Cléo, Bagatini e Falcão.
Antes do título brasileiro, Popéia havia sido campeão da Copa São Paulo de Futebol Júnior em 1978. Acompanhe a ficha técnica da semifinal contra o Palmeiras, que o Colorado venceu por 5 a 3 nos pênaltis, após empate em 0 a 0 no tempo normal e na prorrogação:
Inter: Décio; Lauri, Caxias, João Carlos e Joaquim; Jorginho (Cléo), Roberto e Tonho; Popéia (Dalmir), Romário e Rovanir.
Palmeiras: Zé Luís; Valdemir (Antônio Carlos), Edson, Pedrinho e Vanderval; Mococa, Biquinha e Adauto; Sílvio, Mardone e Macedo.
Em 1981, foi negociado com o Flamengo, que vivia sua era de ouro. No clube carioca, integrou o grupo campeão da Taça Libertadores da América, tendo participado de uma partida na campanha. Também fez parte do elenco que conquistou o Campeonato Brasileiro de 1982, encerrado em 25 de abril com a vitória por 1 a 0 sobre o Grêmio, no Estádio Olímpico.
Embora não fosse titular, Popéia participou de jogos importantes e conviveu nos treinos com craques como Raul, Leandro, Marinho, Mozer, Júnior, Andrade, Adílio, Zico, Tita e Nunes.
Ainda em 1982, deixou o Flamengo e acertou com o Marília, para a disputa do Campeonato Paulista. Foi o início de uma longa e marcante trajetória no interior paulista.
O apelido “Popéia” surgiu na infância, em referência ao marinheiro Popeye. A ligação com o personagem veio de uma plantação de espinafre no quintal de sua casa, no bairro Navegantes, em Porto Alegre — e a mesma energia do desenho se refletia na disposição do atacante em campo.
No MAC, Popéia encontrou espaço e carinho, atuando pelo clube nas temporadas de 1982 a 1987 e retornando em 1989 e 1990. Em 1985, fez parte de uma formação histórica ao lado de:
Valdir, Luiz Andrade, Dimas, Bernardo, Fernando Narigudo, Carlos, Giba, Hélio, Lúcio e Careca Bianchesi.
Em pé; Charles, Macalé, Mariovaldo, Miranda, Carlos Martins, e Denilton. Agachados: Zó, Zé Roberto, Roberto, Popéia e Rômulo.
Além do MAC, vestiu as camisas de clubes como Catanduvense, Colorado-PR, Uberlândia, América-RJ, Olaria, Aimoré, Lajeadense e Novo Hamburgo, onde encerrou a carreira em 1993.
Mesmo após pendurar as chuteiras, Popéia seguiu ligado ao futebol, nas catgorias de base do Marília nos anos 2000. Atuou também como olheiro do Internacional e era respeitado por colegas e profissionais que conviveram com ele. Sua morte precoce, em 2014, comoveu clubes, amigos e torcedores, que até hoje guardam na memória seus gols, arrancadas e carisma.
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